Saturday, February 9, 2008

Roman Convivium


Quando Liszt ouviu pela primeira vez Paganini ao violino ficou abismado. Dizia-se que o violinista italiano teria vendido a alma ao diabo, tal era a genialidade da sua arte. Liszt decidiu, então, tornar-se o "Paganini do piano", transcrevendo a obra deste para o teclado, nos seus "Estudos baseados nos caprichos para violino de Paganini".
No "dia nacional italiano" tivemos o privilégio de ouvir algumas destas peças de "execução transcendente", como o próprio frisou. Adorei o terceiro estudo, "Campannella", onde a rapidez e a delicadeza do pianista são postas à prova!
Seguiu-se il aperitivo, ao som do "La donna è mobile" cantado pelo coro, e a projecção do filme de culto "I cento passi". Nesta altura, já estava inundada de emoções, banhada por uma corrente de memórias que me atravessou o espírito e me guiou de volta a Bologna!...
Fora do tempo e do espaço, cheguei, por fim, a Roma Antiga. Num salão soberbamente decorado a vermelhos e dourados, com majestosas colunas improvisadas, fartura de uvas, colchões e almofadas no chão (só faltavam os vomitórios!), reunímo-nos num convivium imperial em estilo de "lounge romanus". Pela noite dentro, fomos cidadãos e cidadãs de Roma, convivendo em "linguagem gestual italiana", lado a lado com escravos, bárbaros e até mesmo o próprio Jesus Cristo!

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