Thursday, January 31, 2008

Pączki

Na Quinta-feira gorda antes do Carnaval, fritam-se e comem-se pączki, os donuts polacos com recheio de doce de rosas!

Claro que na cantina tivemos direito a uma versão alternativa, com recheio do resto de pudim instantâneo de laranja amarga da semana passada...

Wednesday, January 30, 2008

Anna Politkovskaya & Hrant Dink's Promotion II

Embuída do espírito Reporters Sans Frontières (após a conferência de hoje sobre a liberdade de imprensa na Europa), recordo o segundo patrono da nossa promoção:

HRANT DINK:
jornalista turco-armeno, dedicou a sua vida à defesa dos direitos das minorias nacionais, nomeadamente da minoria armena na Turquia. Processado e condenado diversas vezes pela sua posição crítica, considerada anti-nacionalista, relativamente à postura do Estado Turco quanto ao reconhecimento do genocídio armeno. Assassinado há um ano e dez dias.

Tuesday, January 29, 2008

"C'est arrivé près de chez vous"


Começou hoje o Killer Game, o jogo que revela bem o humor negro dos belgas e que certamente irá pôr a comunidade da gaiola louca durante a próxima semana!
Sim, se com os Elfos no Natal já foi o que foi, imaginem agora, que temos de nos matar todos uns aos outros com coisas que podem ir desde obrigar a nossa vítima a comer amendoins com açucar ou a roubar-lhe um par de meias! Essencial é ter uma testemuha que certifique o acto da matança. Mais irónico é, depois de mortos, termos de prestar vassalagem ao nosso próprio assassino, levando-lhe o pequeno almoço à cama ou pagando-lhe uma cerveja no bar!
Let the games begin!!

Saturday, January 26, 2008

Agagki B-Day

What is this?

"Dear all, girls and boys, small and tall (especially Small People Committee), Europeans and Portuguese, devils and Angel, those who know Spanish flag and those who don't, meufs et boufons, Gypsies and Gipsas, blond and black, losers and winners, pchlarze i wszy, kitties and puppies, sexual objects, Spanish attractions and Adolfo... I would like to invite you to celebrate my 26th birthday with me!"


Agata: a polaca que me contou toda a verdade acerca do mito dos locais beberem vodka ao pequeno almoço ("é verdade, mas a coisa só se faz aos domingos e em dias de festa e só lá pelas 10h da manhã, por isso olhó respeito!") e que ameaçou fazer uma petição pelo direito a ter vodka com sumo de uva no Barrosso's...

A festa durou cerca de 48 horas e trouxe várias caras novas à gaiola. O traje era uma gravata e um badge "I love Agata". Com direito a blok czekoladowy (ou comunist cake), o bolo que se fazia na época em que não havia chocolate nem açucar e quando bananas e tangerinas eram o melhor que se podia colocar debaixo da árvore de natal... Como grande atracção, as fabulosas actuações de "Sarà perche ti amo", pelo Trio la la la & Adolfo, "YMCA Team" (na continuidade do show das Spice Girls apresentado no aniversário do Thibault), Chris-Papa Dance, o ícone polaco dos anos 80, com "Maxi Singiel", e, cherry on the top, "Brinca comigo Maria... quero ser o teu bombeiro..." do nosso Emanuel-pimba, interpretado pela comunidade tuga local, moi même incluída.
Como não podia deixar de ser, celebrou-se também o aniversário da Milena (há três meses que o celebramos todos os dias!), que entretanto descobriu a sua vocação enquanto segurava o microfone e cantava "sai da minha vida!" para uma plateia semi-vazia...
Entre os presentes, um gorro, um pijama Hello Kitty, uma T-shirt estampada com os nomes de todos e um DVD do Borat!

Uaua wiuaaaaaa... it is a very niiiiiiiice!!!

Wednesday, January 23, 2008

Konduktor e Ampelmann


A viagem de comboio até Berlim foi como levar um balde de água fria: "Acorda para a vida! Qual UE, qual carapuça... isto é o leste!"

00:50, Warszawa Centralna:
A simpatia da senhora da bilheteira não surpreendeu - tendo em conta que já deu para perceber que os locais não são lá muito adeptos do conceito de prestação de serviços... Às nossas perguntas em inglês, respondia em polaco. Ok, acho que deu para perceber: o comboio vem de Moscovo e o bilhete compra-se lá dentro ao konduktor. Já dentro do dito, foi necessário uma voluntária traduzir para percebermos que só poderíamos comprar metade do bilhete até Poznan, onde o comboio se dividiria; mudaríamos então de carruagem, passando para a parte russa, e, aí, compraríamos o resto do bilhete.

04:00, Poznan Centralna:
Em corrida veloz para a carruagem n.º 1, esbarrámos com uma figura gigantesca, fardada ao estilo militar, um semblante carregado que, naquele cenário, arrepiava a espinha. O general russo saído da II Guerra Mundial era, afinal, o konduktor. Às nossas palavras "nie reservacia", esboçou um sorriso irónico e juro que o dente de ouro brilhou! "Fünfzig Euro!" Quê, 50 euros por um bilhete que custa 20??? Só para tirar as suspeitas: "Ok, pagamos em zloty". "Nien! Euro!". Mau, mas, que eu saiba, estamos na Polónia... "This is not legal!!", repetia a Irina. "We're in the European Union!!!", gritei eu (pobre inocente, de tanto estar aqui enfiada, estou a perder a lucidez, só pode!). "OK, let's pay...", murmurava a Rola, a medo. O Bruno tentava resolver a questão de forma diplomática na bilheteira. Mas entrar naquele comboio era quase tão difícil como atraversar o muro de Berlim e por isso não demorou muito para ver a Irina (1,50m de puro sangue italiano!) agarrada à porta, a tentar subir os degraus; e eu (mais discreta), numa sinfonia ritmada de abrir e fechar de portas com o konduktor. O polícia que entretanto chamámos é que não achou lá muita piada, mas, pelo menos, lutámos até à última! Por fim, o comboio partiu. O konduktor ficou à porta, de braços abertos e sorriso nos lábios. Enquanto a carruagem se afastava, tive a impressão de que se transformava num ampelmann vermelho...

E o que aconteceu, então, aos quatro ampelmann verdes? Pois, tiveram o privilégio de visitar Poznan by night e, mais tarde ou mais cedo, chegaram ao seu destino!...

Saturday, January 19, 2008

Ich bin ein Berliner


No Dia Nacional Alemão, levantámo-nos cedo para saborear as especialidades do pequeno almoço: pãezinhos com sementes, salame, ovos, knoppers... Ao almoço só dei pela sauerkraut. Segundo a tradição germânica segue-se a hora do kaffeekränzchen: café e bolo floresta-negra ao som de música clássica.
Depois da conferência sobre os 18 anos da unificação alemã (este tema faz-me lembrar o "Adeus, Lenine!", que aconselho vivamente!), recebemos alguns marcos dos serviços de fronteira - tal como os receberam os alemães de leste à entrada da RFA, após a queda do muro - e jantámos pelas ruas de Berlim. Munidos de bilhete e pipocas, fomos ao cinema ver "A vida dos outros" (para não me repetir e dizer que aconselho vivamente, confirmo apenas que há muito tempo que não via um filme tão bom!)
Por fim, voltámos atrás no tempo, até aos loucos anos 20, quando Berlim estava a bombar! E seguimos à risca não só os trajes, mas também o espírito libertino e ousado da época. Foi até cair!
Gostei tanto, tanto, tanto, que decidi ir ver tudo na primeira pessoa: Berlin, komme ich!!!!!

Friday, January 18, 2008

Les usages du protocole diplomatique


Não chegámos a aprender a comer croquetes, como temia o João, mas estivémos lá perto.

1. A conferência
No ecrã, a planta do Hotel de 5 estrelas onde o evento se vai desenrolar. À primeira vista parecia que íamos estabelecer um plano de fuga de emergência em caso de incêndio ou de ataque terrorista, como está agora mais em voga. Não. O objectivo era descrever minuciosamente todas as salas, com indicação dos respectivos nomes. Para ficarmos com uma ideia mais realista do cenário, circulavam pelas mesas as brochuras promocionais do hotel, para que pudéssemos verificar os lençois cor damasco acetinado onde o moderador iria dormir e a sanita de ouro onde o secretário... escreveria certamente a acta!

2. A visita de Estado do Rei Hussein e da Rainha Noor da Jordânia ao Eliseu
O ressuscitar do Rei é, neste caso, indiferente. O que importa é saber que a recepção no aeroporto tem que ser feita com um tapete vermelho, uma bandeira e, claro está, o hino nacional dos convidados. No ecrã, a planta da cidade de Paris, para podermos traçar o caminho do aeroporto ao Eliseu, tendo em conta que, por motivos de segurança, algumas ruas estarão cortadas ao trânsito. Muito importante: o diplomata que acompanhe os Reis, para além de ter de ser cortez, bem falante e, provavelmente, primo do Presidente da República, terá de ter um excelente sentido de orientação para poder ir indicando os principais monumentos da cidade durante a trajectória. Só por esta última razão, já não há esperança para mim!...

3. A Mesa Kymoto
Pouco importa quem eles são, basta saber que o casal Kymoto, rico e influente, acaba de chegar à Europa e pretende organizar uma soirée, convidando personalidades distintas da vida política belga. Mas, como sentar todos à mesa?? É simples, diriam voçês, faz-se uma mesa à la française, com os anfitriões ao centro, frente a frente, o lugar de honra sempre à direita do anfitrião, seguindo uma ordem que obedece, em primeiro lugar, à alternância homem-mulher e, em segundo, à importância das funções exercidas. Mas tudo se complica quando nos apercebemos que nem todos os convidados falam as mesmas línguas: não podemos, por exemplo, isolar a anfitriã, que só fala japonês, colocando à sua direita o Ministro das Finanças, que só fala francês e inglês, e à sua esquerda o Presidente da Associação Industrial que apenas fala francês... O terror instala-se quando, em acréscimo, se torna evidente que o número de lugares na mesa é inferior ao número de convidados. Haverá, então, que criar uma segunda mesa que será, inevitavelmente, uma mesa de segunda... Pior do que isso, as mulheres estão em minoria, pelo que, para que haja equilíbrio de género também na segunda mesa, haverá que separar casais, entre os quais dois jovens pombinhos ainda em lua-de-mel! Finalmente, é dramático saber onde sentar a filha Kymoto, uma adolescente rebelde que insiste em mostrar a todos onde podem enfiar as regras protocolares!

4. O jantar de gala
Antes de mais é necessário compor o menu. Atenção às alergias alimentares, aos diabetes e à religião dos convidados! Jamais repetir tartes (exemplo: quiche lorraine como entrada e apfelstrudel como sobremesa)! Saber usar pelo menos três garfos, manejar a arte de pegar os copos de cristal consoante se trate de vinho branco ou tinto, não comer o pão do vizinho e resignar-se ao facto de que as senhoras são sempre servidas em primeiro lugar. Um pormenor de importância extrema: saber repartir as atenções, ou seja, durante o primeiro prato fala-se com o vizinho da direita, durante o segundo prato com o da esquerda, na sobremesa retomamos o livre arbítrio e podemos falar com quem quisermos! De qualquer forma, nesse momento é de esperar que o álcool já tenha tomado conta da mesa, fazendo reinar a bandalheira geral.

5. Os convites
Devem ser amavelmente aceites ou cortesmente recusados. Mas sempre agradecidos. Uma forma simpática de agradecer é enviar, no próprio dia, por volta das 17:00 horas, um ramo de flores à anfitriã. Atenção! Enviar e não levar em mão! Seria extremamente deselegante, e desagradável mesmo, aparecer com um ramo de flores, obrigando a anfitriã a ter de arranjar, no momento, um vaso para as colocar - e assim monopolizando por completo a sua atenção, que deve estar igualmente repartida por todos os convidados. Às 17:00, porque a essa hora a anfitriã estará certamente no local a tratar dos últimos preparativos, a saber: decidindo onde sentar o moderador e o secretário (que recentemente se descobriu serem o tal casal de pombinhos em lua-de-mel...); resolvendo o que fazer com o primo do Presidente da República, que só fala francês, e mal; verificando o teor de açucar do sorbet de limão; escolhendo entre a toalha de renda de bilros ou a de brocado em ouro com flores... Ou então, está simplesmente enfiada na cama com uma tremenda enxaqueca!

Tuesday, January 15, 2008

Cadê a neve??








Sinto-me defraudada!!
Onde está a neve? Cadê as snowball fights prometidas? E o meu primeiro boneco de neve?? Quero poder esbracejar e espernear até ser um anjo. Quero andar, afundar-me e deixar marcas por onde passo. Quero existir!
Onde estão os temíveis 15 graus negativos? Ou mais até?? Quero ter de usar collants, dois pares de meias, perneiras e calças de lã e não sentir os dedos dos pés! Quero poder usar gorro, tapa-ouvidos, cachecol até aos olhos e sentir o pingo do nariz a congelar!! Quero ter frio só para voltar a ter calor. Quero viver!
Raios partam as alterações climáticas!!

Sunday, January 13, 2008

Back to the golden cage


Os últimos dias foram passados entre Grécia, Roma e Jerusalem. Ah, pois é, estava a falar a sério quando disse que ia começar a viajar!!!
A mochila de interrail é que ainda não se moveu e digamos que este tipo de viagens só contribui mesmo é para a quadratura do meu rabo...
Depois do meu anjo da guarda ter provado mais uma vez a sua existência, oferecendo-me de bandeja um dia extra para estudar, quero dizer, viajar claro!!, encarei o peso das civilizações com o óptimismo humanista da renascença, a racionalidade pura das luzes e o espírito revolucionário napoleónico.
No final, estava apta a discorrer sur quoi peut-on fonder le sentiment d'appartennance des européens à l'Europe.
Nem de propósito! Quer dizer, se eu não me convenço a mim própria, quem me convencerá??

Monday, January 7, 2008

Termofor e leftovers


De volta à gaiola para mais uma cruzada!
Desta vez, não me apanham desprevenida. Venho preparada para a neve com um potente blusão de ski, escudo essencial para a snowball battle com que calorosamente fui recebida. Combaterei os 15 graus negativos com o meu termofor predilecto! Sou oficialmente a embaixadora dos pasteis de belém na gaiola e durante a ronda dos "natas" (como lhes chama o Adolfo) fui violentamente coagida a provar outras tantas iguarias nacionais, regionais e caseiras. Finalmente, estou munida da minha mochila de interrail, pronta para viajar - ou pelo menos começar a pensar nisso (seria bom poder responder "sim" quanto me perguntam entusiasticamente "então? fartas-te de viajar, não??")...
Antes, terei de enfrentar os leftovers, não de Amesterdão (em cujo aeroporto passei 8 horas inesquecíveis...), mas os do semestre passado, ou seja, exame na 5ª feira. O pior é que os meus livros gostaram tanto destas férias como eu. Bem os percebo, coitados, também precisavam de descanso...