Monday, March 31, 2008
Saturday, March 29, 2008
Chemical cocktail
O curso de Ambiente, pomposamente denominado Current International and EU Environmental Issues, é dado por um espanhol com nome de francês, que vive na Bélgica e tem um British accent perfeito (sim, é possível os espanhois falarem inglês sem ser à "sopinha de massa"!), para além de um feitio algo temperamental, que, aí sim, demonstra a sua verdadeira natureza latina!
Hoje, para variar, tive oportunidade de me pronunciar a favor de mais uns quantos bannings: que se "bana" o tabaco e os carcinogéneos nos cosméticos, que se "banam" os GMOs e os testes em animais, que se "bana" o dietileno glicol das pastas de dentes e ai de quem deitar pílulas pela sanita abaixo! Da sanita vão para o esgoto, do esgoto para a água, da água para os peixes, dos peixes para nós e depois já não é necessário comer frangos de aviário para levar com uma injecção de hormonas. Outro exemplo é bem actual: o lixo amontoado nas ruas de Nápoles e as toxinas na mozzarella de bufala. Das ruas para o solo, do solo para erva, da erva para vacas, das vacas para o leite e do leite para nós.
A cadeia é simples, lógica, está à vista de todos e joga contra nós.
Silent Spring, de Rachel Carson, é o livro que desperta para esta realidade.
Aqui podem ficar com uma ideia do cocktail de químicos em que estamos submersos.
Mudando de assunto, mas nem tanto, aqui fica a minha música preferida dos Pustki. No final do concerto de hoje, a namorada do Bruno, recém-chegada de Espanha, foi parar ao hospital com um ataque de alergia. Seja do sumo polaco, da carpete da residência ou do fumo do palco... terá sido, certamente, apanhada algures no meio da cadeia.
Hoje, para variar, tive oportunidade de me pronunciar a favor de mais uns quantos bannings: que se "bana" o tabaco e os carcinogéneos nos cosméticos, que se "banam" os GMOs e os testes em animais, que se "bana" o dietileno glicol das pastas de dentes e ai de quem deitar pílulas pela sanita abaixo! Da sanita vão para o esgoto, do esgoto para a água, da água para os peixes, dos peixes para nós e depois já não é necessário comer frangos de aviário para levar com uma injecção de hormonas. Outro exemplo é bem actual: o lixo amontoado nas ruas de Nápoles e as toxinas na mozzarella de bufala. Das ruas para o solo, do solo para erva, da erva para vacas, das vacas para o leite e do leite para nós.
A cadeia é simples, lógica, está à vista de todos e joga contra nós.
Silent Spring, de Rachel Carson, é o livro que desperta para esta realidade.
Aqui podem ficar com uma ideia do cocktail de químicos em que estamos submersos.
Mudando de assunto, mas nem tanto, aqui fica a minha música preferida dos Pustki. No final do concerto de hoje, a namorada do Bruno, recém-chegada de Espanha, foi parar ao hospital com um ataque de alergia. Seja do sumo polaco, da carpete da residência ou do fumo do palco... terá sido, certamente, apanhada algures no meio da cadeia.
Friday, March 28, 2008
Wednesday, March 26, 2008
Lotnisko
Mais um dia daqueles que detesto, passado em aeroportos, entre malas que pesam metade de mim, longas filas de embarque com escrutínio rigoroso de líquidos e corredores intermináveis de passadeiras rolantes. Uma perda de tempo, enfim.
Mas, mesmo assim, tomara que todos fossem como o de hoje!
A vinda foi um sucesso extraordinário, em contraste com a atribulada ida - o caso da garafa de hidromel que não estava devidamente selada (o raio da mulher!!!) valeu-me a medalha de ouro da maratona no aeroporto de Frankfurt, só para no final acabar no lixo, já que não parecia valer os €60 de excesso de bagagem que me queriam cobrar por ela! E como uma nunca vem só, tive estreia absoluta na arte de ser revistada, com direito a compartimento individual e tudo, só porque misteriosamente apitei, apesar de já ser a 3ª vez que nesse dia passava, sem qualquer apitanço, as portas de segurança.
A vinda, por sua vez, foi uma surpresa agradável! A situação era, à partida, delicada, com apenas uma hora para fazer a escala - que rapidamente se transformou em 40 minutos! Mesmo que eu conseguisse entrar no avião, era bem provável que a mala não tivesse igual sorte... Qual não foi o meu espanto quando a vi, verdinha e inconfundível, no tapete rolante! Agora só faltava descobrir o caminho directo para a saída, já que isto de não ter de passar pelo balcão de Lost Luggage era uma novidade e eu só sabia o caminho por aí!... Bem dizem que à terceira é que é de vez!
Mas, mesmo assim, tomara que todos fossem como o de hoje!
A vinda foi um sucesso extraordinário, em contraste com a atribulada ida - o caso da garafa de hidromel que não estava devidamente selada (o raio da mulher!!!) valeu-me a medalha de ouro da maratona no aeroporto de Frankfurt, só para no final acabar no lixo, já que não parecia valer os €60 de excesso de bagagem que me queriam cobrar por ela! E como uma nunca vem só, tive estreia absoluta na arte de ser revistada, com direito a compartimento individual e tudo, só porque misteriosamente apitei, apesar de já ser a 3ª vez que nesse dia passava, sem qualquer apitanço, as portas de segurança.
A vinda, por sua vez, foi uma surpresa agradável! A situação era, à partida, delicada, com apenas uma hora para fazer a escala - que rapidamente se transformou em 40 minutos! Mesmo que eu conseguisse entrar no avião, era bem provável que a mala não tivesse igual sorte... Qual não foi o meu espanto quando a vi, verdinha e inconfundível, no tapete rolante! Agora só faltava descobrir o caminho directo para a saída, já que isto de não ter de passar pelo balcão de Lost Luggage era uma novidade e eu só sabia o caminho por aí!... Bem dizem que à terceira é que é de vez!
Wednesday, March 19, 2008
Lustro
Mirror, mirror, on the wall
What’s the Golden Cage, after all?
A campus surrounded by forest,
With students in between.
Of all the cages, the fairest
That
A place of holy studies.
The cause of many worries.
The thing that can explain
Why you’re going insane!
Mais pas toujours mauvaise
Cette belle cage d’or,
Car ici on est à l’aise,
On vit plein de confort.
On danse, on joue, on chante,
On mange toujours ensemble.
On fait le grand bordel,
On va jusqu’au ciel.
On trouve des amis,
Maybe even true love
(Les rumeurs courent ici
As fast as a flying dove!).
We follow our ancestors’ path,
We carry a glorious task:
On sera la voix unie
De l’Europe accomplie!
Mirroir, mirroir magique,
N’est-ce pas la cage un endroit unique?
Monday, March 17, 2008
Saudade
Para além de ser o nome de baptismo do meu Toshiba A200 Satellite, saudade é aquilo que sinto todos os dias quando falo no Skype com família e amigos.
Claro que não deixo de me impressionar pelo facto da minha mãe, em Lisboa, ou da Luciana, em Macau, estarem à distância de um duplo click. Assim é mais fácil aplacar a saudade, mas não deixa de ser uma ilusão.
Poder-se-á dizer que o Skype inflingiu uma mutação genética irreversível no conceito de saudade. Já não é aquela saudade de ouvir e ver que sentia em Itália. Agora, é a saudade de tocar, cheirar, sentir. É a impotência de estar tão perto e, ao mesmo tempo, tão longe. É a sensação de ver um filme, sem nele poder participar...
Claro que não deixo de me impressionar pelo facto da minha mãe, em Lisboa, ou da Luciana, em Macau, estarem à distância de um duplo click. Assim é mais fácil aplacar a saudade, mas não deixa de ser uma ilusão.
Poder-se-á dizer que o Skype inflingiu uma mutação genética irreversível no conceito de saudade. Já não é aquela saudade de ouvir e ver que sentia em Itália. Agora, é a saudade de tocar, cheirar, sentir. É a impotência de estar tão perto e, ao mesmo tempo, tão longe. É a sensação de ver um filme, sem nele poder participar...
Sunday, March 16, 2008
Nouvelle Vague jokes
Anedota #1
Era uma portuguesa, uma polaca e dois franceses, que tinham pago 70zl por um bilhete para os Nouvelle Vague. Quando chegaram ao concerto havia um amontoado de gente à porta, tudo aos encontrões, a tentar forçar a entrada. O concerto começou e metade das pessoas, incluindo os nossos heróis, estava fora da sala. Mais gente continuava a chegar: havia fila na bilheteira.
Moral da história: só as pessoas pequeninas conseguem enfunilar-se pelo meio da multidão e aguentar 2h que nem sardinhas enlatadas de bicos de pé e aos saltinhos para ver a ponta do cabelo de quem está no palco.
Anedota #2
Depois do concerto, os nossos heróis (ainda sob a influência do "I go out on Friday night and I come home on Saturday morning") queriam ir tomar um copo. Após algumas consultas, decidiram juntar-se a personagens de outras histórias na Fábrica, um bar/disco na Praga profunda, do outro lado do rio. Passados 50 minutos, dois trams e uma valente caminhada, deram com o nariz na porta do seu destino: a Fábrica estava a fechar... às 23:30h... de sábado! Moral da história: confirmar sempre se o LUX está aberto antes de sair de casa num sábado à noite.
Friday, March 14, 2008
Escapadelas à cantina
A última semana tem sido frutífera em escapadelas à cantina.
Primeiro, rodízio no restaurante brasileiro, ao som do "segura o tchan, amarra o tchan", com um empregado polaco-magrebiano a insistir que era português e que vinha de "Lissabona".
Depois, o aniversário da Ana no israelo-judaico, onde os empregados cantam enquanto servem à mesa e os clientes são coagidos a afinar a voz para acompanhar a sessão de karaoke (sim, eu sei, também a mim me ensinaram que não se canta à mesa, mas desta vez teve de ser, para mal de quem me ouviu!...).
A vez que tentámos ir à famosa creperie também conta, embora tenhamos acabado nas pizzas, porque a creperie já tinha fechado. Bem se percebe: afinal eram quase 8h da noite e quem é que vai jantar fora a uma sexta-feira?
Primeiro, rodízio no restaurante brasileiro, ao som do "segura o tchan, amarra o tchan", com um empregado polaco-magrebiano a insistir que era português e que vinha de "Lissabona".
Depois, o aniversário da Ana no israelo-judaico, onde os empregados cantam enquanto servem à mesa e os clientes são coagidos a afinar a voz para acompanhar a sessão de karaoke (sim, eu sei, também a mim me ensinaram que não se canta à mesa, mas desta vez teve de ser, para mal de quem me ouviu!...).
A vez que tentámos ir à famosa creperie também conta, embora tenhamos acabado nas pizzas, porque a creperie já tinha fechado. Bem se percebe: afinal eram quase 8h da noite e quem é que vai jantar fora a uma sexta-feira?
Wednesday, March 12, 2008
Why is integration so difficult?
É uma pergunta tramada. E que não se aplica só ao caso mais óbvio.
Pelo contrário, encontramos exemplos desta dificuldade nas situações mais banais do dia-a-dia:
Natolianos em Bruges
A meio da festa descobrimos uma salita à parte. Cinco minutos depois o poder de atracção funcionou e de 4 passamos a cerca de 15 - era como voltar à gaiola. Só demos pelo ridículo da auto-segregação quando a aniversariante veio pedir encarecidamente para voltarmos à sala principal, que estava vazia e "why don't you mingle?".
Brugelianos em Natolin
Hum... 70 pessoas a invadir as nossas salas, a ocupar o nosso bar, a entupir a nossa cantina!!! Egoismos à parte, a verdade é que o Krzysztof ganhou a aposta em como nenhum deles se viria sentar na nossa mesa, onde havia pelo menos 6 lugares livres.
Mas tiveram o que mereciam! Um fabuloso 4-1 na tradicional disputa de futebol. E pior do que isso! o Rinke a correr pelo campo tal como veio ao mundo, com a taça a cobrir as partes íntimas e "Bruges sucks" escrito no rabo. Claro está que nenhum dos vencedores beijou o troféu...
Pelo contrário, encontramos exemplos desta dificuldade nas situações mais banais do dia-a-dia:
Natolianos em Bruges
A meio da festa descobrimos uma salita à parte. Cinco minutos depois o poder de atracção funcionou e de 4 passamos a cerca de 15 - era como voltar à gaiola. Só demos pelo ridículo da auto-segregação quando a aniversariante veio pedir encarecidamente para voltarmos à sala principal, que estava vazia e "why don't you mingle?".
Brugelianos em Natolin
Hum... 70 pessoas a invadir as nossas salas, a ocupar o nosso bar, a entupir a nossa cantina!!! Egoismos à parte, a verdade é que o Krzysztof ganhou a aposta em como nenhum deles se viria sentar na nossa mesa, onde havia pelo menos 6 lugares livres.
Mas tiveram o que mereciam! Um fabuloso 4-1 na tradicional disputa de futebol. E pior do que isso! o Rinke a correr pelo campo tal como veio ao mundo, com a taça a cobrir as partes íntimas e "Bruges sucks" escrito no rabo. Claro está que nenhum dos vencedores beijou o troféu...
Friday, March 7, 2008
Miguelinho
No dia em que soube que existias deixei o carro ir abaixo 10 vezes e fui obscenamente insultada outras 10. Estava demasiado surpreendida e histérica para poder acreditar.
Depois vi-te no ecrã, entre claros e escuros, a mexer e remexer. Ouvi o teu coração acelerado e assenti quando comentaram que tinhas os lábios da tua mãe.
Mais tarde, tacteei a barriga que te protegeu, à procura dos teus pontapés, e falei contigo.
Não estava lá quando chegaste, mas a ansiedade corroía-me e a alegria fez-me espalhar as boas novas.
Hoje vi-te, escutei o teu choro e fixei o teu beicinho.
Em breve, poderei ter-te nos braços.
Mal consigo esperar!
Depois vi-te no ecrã, entre claros e escuros, a mexer e remexer. Ouvi o teu coração acelerado e assenti quando comentaram que tinhas os lábios da tua mãe.
Mais tarde, tacteei a barriga que te protegeu, à procura dos teus pontapés, e falei contigo.
Não estava lá quando chegaste, mas a ansiedade corroía-me e a alegria fez-me espalhar as boas novas.
Hoje vi-te, escutei o teu choro e fixei o teu beicinho.
Em breve, poderei ter-te nos braços.
Mal consigo esperar!
"Brugelas"
O fim-de-semana em Bruges serve, oficialmente, para nos dar a conhecer a sede do colégio e possibilitar-nos momentos de calorosa confraternização com os nossos irmãos mais velhos.
Esta é a versão oficial. O que acontece, na realidade, é que depois de se deparar com as condições de vida dos colegas de Bruges, qualquer natoliniense dá graças a deus pelo que tem e jamais ousará dizer mal da gaiola!
Sim, admito, é um privilégio acordar nesta cidade de bonecas, atraversar a grand place todos os dias e parar em cada esquina para comprar chocolates - mas tudo o que é perfeito também cansa. Os turistas abundam e às 10:00 da noite de sábado não se vê vivalma nas ruas. Os estudantes vivem dispersos nas várias residências espalhadas pela cidade. Não se conhecem, não sabem sequer o nome do vizinho do lado. Habitam em cubículos, com paredes falsas, sujeitos ao mínimo ruído ou trepidação. Não sabem o que é mini-bar, televisão e muito menos leitor de dvd. Têm direito a duas refeições quentes por semana, de resto, que se amanhem com sandochas; se quiserem comer decentemente, que larguem no mínimo 15 euritos no restaurante!
Estão enfadados, subnutridos e falidos - são os próprios que o afirmam!
Obrigada, senhor, por conhecer os meus 100 colegas pelo nome, pelo colchão ortopédico, pelo elevador na Retinger, pelas 5 saladas à escolha na cantina, e tantas outras coisas... Ave golden cage!
A semana em Bruxelas serve para nos familiarizar com as técnicas de sobrevivência no mercado de trabalho da capital Europeia. Do Conselho ao Parlamento, da Comissão ao Comité das Regiões, passando pelos think-tanks, as NGO's, os advocay groups e, estranhamente, pela NATO, as palavras mais ouvidas são network e lobby. A conclusão a retirar é que, já que estamos dentro da primeira, há que utilizar a segunda...
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