Os meus planos para estes primeiros dias de liberdade passavam por programas culturais intensísimos! Museus, para começar. Mal sabia eu que depois de vários meses desconectada da vida real, a adaptação iria custar. Admito que o máximo que consegui foi uma tarde passada no shoppping e outra no cinema.
1ª tentativa:
A ideia era ir ao Museu Nacional. Apesar dos próprios polacos me terem dito que não valia nada, caramba!, um museu nacional há de ter qualquer coisa, nem que seja um Caravaggio ou uma cópia muito boa de um Caravaggio, vá! Não contente com a informação do guia da American Express (acho que só mesmo as crianças de 5 anos é que ficam contentes com a informação do guia da American Express - pelo menos eu quando era pequenina gostava de livros de bonecos), fui ver ao site o horário, o preço, etc. Óptimo, 5ª feira é gratuito e fecha às 19h! Porque raio então é que à entrada do museu estava um aviso, em letras microscópicas, a indicar que a partir de Abril o museu fechava às 16h? O pior é que nem deu para refilar, já que à porta estava um marmanjo que era a cara do guarda Serôdio d' "Os Amigos do Gaspar", que abanava a cabeça, agitava os braços, apontava para o relógio e, claro, não falava Inglês. Mais um ponto, portanto, a favor dos polacos e do seu know how turístico: já ouviram falar em época alta? Horário de Verão? E que tal actualizar o site? Bem sei que só estamos a falar do Museu Nacional, mas era um favorzinho muito útil que faziam aos palermas, como eu, que tendem a confiar nas novas tecnologias. Web designers, este é o país dos vossos sonhos!
2ª tentativa:
Desta vez, o objectivo era o Museu da Revolta de Varsóvia. Confirmados e reconfirmados o horário e a localização com colegas que já lá tinham estado... prefiro nem avançar muito nos pormenores do que então se sucedeu, tal é a vergonha de ter de admitir que não conseguimos lá chegar. Como é que pessoas com dois dedos de testa, munidas de mapa e na posse dos números exactos dos trams que levam ao destino pretendido se ficam pelo caminho? A resposta será qualquer coisa como: para apanhar o tram é preciso primeiro encontrar a paragem do tram. E digamos que o provérbio "quem tem boca vai a Roma" não serviu de muito, sobretudo porque está associado ao outro que diz "em Roma sê Romano" e isso já é demais para uma situação em que: i) quem pergunta não fala polaco; ii) ainda que quem pergunte consiga efectivamente perguntar alguma coisa em polaco, não irá, certamente, perceber a resposta que recebe em polaco; iii) quem é perguntado não fala Inglês (nem vale a pena fazer pontaria para os jovens); iv) os que são perguntados e que, por milagre, falam Inglês, não sabem onde é o museu, claro! A isto acresce a desorganização que é a rede de transportes públicos que serve a cidade.
Confesso que o que mais me entristeceu nem foi tanto perder os museus em si, mas aperceber-me que, depois de tanto tempo, não sou mais do que uma simples turísta em Varsóvia - e ainda por cima uma turísta reles! Enfim, a sugestão de "para a próxima apanhamos um táxi à porta do colégio" evocou-me a imagem de uma flor de estufa que recuso ser.
Desejem-me boa sorte amanhã para o concerto de Chopin no Parque Lazienki!
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3 comments:
Welcome to my world (quanto ao segundo ponto)!!! Eheheehe!
Boa sorte! Quando regressas à pátria mãe?
Com tanto azar, pareces a nossa amiga LU.... eh! Falando de outros interesses, Também eu fui 3 vezes a fabrica da Ducati, em Bologna e cheguei sempre tarde.. Voltei sem visitar a tão anciada fabrica que estava a 2 km da minha casa... O tempo nunca é muito.. mas pelo que já conheces na Polonia, estas por certo mais culta, deixa la o Museu que nem era interessante... Diverte-te
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