Monday, June 2, 2008

Nargis

Hoje de manhã tive de dar uma lição de Direito International àqueles senhores vestidos de verde que pretendem governar Myanmar. Tive de lhes dizer (e já agora também ao Prof. que vai corrigir o exame) que não é assim que se faz, que a soberania do Estado não é absoluta e que existe uma coisa que se chama responsabilidade de proteger.
Ora, sabemos bem o que é que se quer proteger quando se avança com um referendo de alteração à Constituição (coisa pouca, portanto!) no rescaldo de um fenómeno que já é considerado uma das maiores catástrofes naturais deste século: não serão, certamente, os cidadãos, quanto mais o direito à vida.
Tudo bem, admito que enviar navios de guerra com mantimentos não será a forma mais simpática de prestar ajuda humanitária. Mas há que perceber que quando se concede um visto a um agente da Cruz Vermelha não se está a deixar entrar no país nem um soldado, nem um espião, nem mesmo um Bush com a missão de impôr a democracia, mas tão só um profissional apto a aliviar o sofrimento daqueles a quem não restou nada para além da própria vida.

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