Chegou a hora de explicar:
Natolin é autosuficiente. Num perímetro de 300 metros, bem fortificado por grades e portões com seguranças 24h, temos tudo o que precisamos: as residências, as salas de aula e a cantina.
Um dia-tipo pode ser definido da seguinte forma:
8:45: do quarto para a cantina (pequeno-almoço);
9:00: da cantina para a sala de aula;
12:00: da sala de aula para a cantina (almoço);
14:00: da cantina para a sala de aula;
18:00: da sala de aula para a cantina (jantar);
19:00: da cantina para o quarto;
20:00: do quarto para a sala de aula;
21:40: da sala de aula para o quarto;
Há ainda que acrescentar a idas periódicas ao quarto para consultar os 30 mails que entretanto chegaram ou a mudança de horário à ultima da hora (o que nos impede totalmente de planear o tempo livre!) e, ainda, as actividades extra-curriculares: comités, tandems, conferências, workshops...
Claro que a coisa varia e nem todos os dias são tão pesados. Mas, basicamente, dá para perceber que com 6 dias por semana (às vezes 7) de um horário destes, dificilmente saímos da gaiola. Andar 10 minutos a pé até ao metro e mais 20 minutos de metro até ao centro da cidade é um luxo ao qual não nos podemos dar por falta de tempo e, muito em breve, também, por causa do tempo! Eis, pois, que gozo de liberdade, em média, uma vez por semana.
Do ponto de vista sociológico, diria que somos todos concorrentes num grande e longo Big Brother. Do ponto de vista psicológico, recorro às experiências de Pavlov: o ritmo compassado a que os dias passam é assimilado automaticamente; respondemos a estímulos que nos foram incutidos; somos zombies com reflexos condicionados. Somos, enfim, os cães do Pawel (o assistente do Students Office) e desconfio que, em breve, envergaremos todos uma farda às riscas brancas e pretas.
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